segunda-feira, 13 de agosto de 2012
(...) tanto em você.
Eu te chamava para voltas no quarteirão, voltas pelo centro. Te chamava pra sentar num terreno qualquer e te falar de músicas. Te falava das minhas antigas bandas e quantas árvores já havia plantado nessa minha curta existência.
Você, pra varia, queria tomar cerveja: Uma só, uma de cada. Eu pago! Deixa que eu pago.
Eu não queria. Fumava aqueles meus últimos cigarros amassados, comprados, filados, roubados e amassados. Você sempre queria tomar cerveja, sempre cerveja.
Eu mais novo, você mais velha. Eu um colegial, você nos mil projetos, mil namorados, mil cervejas (pra variar você estava bebendo), mil angustias. Eu, uma guitarra, violão e um computador velho.
Você mais velha, mais carente, mais aberta, mais bonita, mais bêbada.
Eu mais novo, mais fumante, mais músico, mais drogado, mais amante.
Eu com mil músicas novas para te mostrar, cadernos da escola com poesias, e você com tesão.
Eu queria te contar as bandas novas, queria tocar mais alguma música. Você queria tocar, me queria, com música ou sem, queria.
Nós no quintal com café, com estrelas. Você falando de livros, de aulas, de jaquetas de couro e camisa xadrez. Falava do clima frio da nossa cidade, falava de Londres, falava de cama, de amor, de bar, e pra variar de cerveja.
Eu falava de utopia, de amigos, de quantas árvores plantei, e falava que não queria ficar longe.
Você se despedia, chorava, beijava, amava. Eu pedia mais uma música, te pagava até mais uma cerveja. Te abraçava numa garagem, te mostrava meu som, meu carro, meu caderno, minha guitarra. Te gravava um cd.
Te levava embora, te implorava, te fumava, te bebia, te queria. Eu cantava: Amanhã é um novo dia.
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