terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Pedi ao mar a imensidão.

Eu tento escrever sobre cada mergulho dado, cada gota d'água que escorreu pelos meus cabelos, ombros, seios, barriga, coxas, joelho, pés.
Cada imersão me contemplava, e eu dizia: O pleno contato com a natureza.
Me entreguei ao medo da água que bate na cintura, me entreguei ao horizonte que me seduzia, e que a cada dia me levava pra mais longe.
O Sol me cegava, e eu continuava a bater os braços em direção ao tudo, ou ao nada.

O mar me sugava como o amor me suga. Eu perdi o medo da água como perdi o medo do amor, do gozo, da saliva, do suor. Águas salgadas deixadas em mim, num mergulho vidrado ao infinito.

A água me ligou à natureza por inteira, e a sua água me faz mergulhar até perder o fôlego, a vida, os batimentos, os pulmões, e voltar à vida com sua respiração em mim, me trazendo pro mundo, pra morrer afogada de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário