Menino, sua existência e insistência me intrigam. Como pode
existir alguém assim, que facilmente consegue abalar meu mundo que até então
parecia ser de terra firme. E por que essa insistência em permanecer na minha
vida, indo e vindo, com a mesma facilidade?
Segurar ou prender você é coisa impossível, e eu sempre
soube disso e achava que gostava. Mas não sei lidar com areia que cai entre os
meus dedos e se vai com o vento, machuca os olhos, esfolia a pele e acaba,
some, voa.
Minha solução deve ser te prender entre minhas pernas e
contra a parede. Te deixar ali pra sempre, de um jeito que seja bom pra mim e
pra você, talvez melhor pra mim.
Pra você o melhor deve ser livre, menino livre. Eterno
menino... É assim que eu te vejo. Com seu cheiro de juventude, com sua beleza,
com sua cor viva.
Cor viva, que vive dentro de mim e na minha cabeça, cor
ainda mais bonita quando eu acordo primeiro e te faço um carinho, te dou um
beijo e olho bem pra ver se você ainda está ali comigo, se ainda não te perdi.
Cor que fica ainda mais bonita contrastando com minhas unhas pintadas de azul.
Unhas cravadas nos seus ombros morenos.
Menino, eu deixo você ir se quiser... Mas não sei até quando
posso te esperar de volta. Mas eu digo pra você tentar, e que quando voltar me
pegue pelas costas pra eu sentir seu corpo junto ao meu, talvez assim eu não
consiga negar seu carinho de volta.
Pelas costas, de um jeito que só você faz, que só você
beija, e que mesmo sem te ver eu sei que você está ali e que nessa hora estamos
juntos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário