terça-feira, 10 de julho de 2012

Garranchos.

Algumas horas e na verdade eram minutos.
Passei sentada, ouvindo... As vezes rindo, outras vezes voando.
Tinha uma cadeira vazia, ninguém pra sentar comigo, cadeira vazia.

Eu juro que tentei escrever uma carta. Podia ser uma carta de amor... Mas você sabe, meus garranchos, garranchos horríveis.
Quem acreditaria numa carta toda rabisca, manchada pela mão de suor? Quem amaria um remetente desleixado, garranchudo?

Eu queria também cantar uma música de manhã. Mas quem ouviria aquela voz engasgada, travada, seca, rouca, presa na garganta? Poderia cantar antes de dormir... Mas quem amaria um desafino?

Não posso escrever, cantar e muito menos arriscar uns acordes naquele violão sem cordas. A desculpa é a falta de cordas. Sem chances, meu violão está sem cordas.

Me falta dinheiro para uma cerveja, para uma flor! Me falta boa caligrafia, me falta garganta e palhetas. 

Quem vai sentar ao meu lado? Apoio a bolsa na cadeira, está pesando meu colo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário